segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tarefa 2 - Seminário

Escolher um autor dentre os citados neste capítulo, ler a obra indicada e fazer um apanhado das principais idéias.

Neste capítulo da apostila recomenda a leitura de “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, especificamente o Capítulo IV, “O Semeador e o Ladrilhador”, que analisa a diferença de estilos de fundação de vilas, considerando-se os espanhóis e os portugueses.


Holanda introduz a visão de que as cidades eram instrumentos de dominação. A Coroa espanhola, diferentemente da portuguesa, criou cidades nas suas colônias e o autor mostra como eram construídas tais cidades. Para Portugal, suas colônias eram grandes feitorias. Enquanto a colonização portuguesa se concentrou predominantemente na costa litorânea, a colonização espanhola preferiu adentrar para as terras do interior e para os planaltos. O interior do Brasil não interessava para a metrópole.
As bandeiras normalmente acabavam se transformando em roças, salvo esporadicamente como foi no caso da descoberta de ouro. Com essa descoberta, a metrópole tentou evitar a migração para o interior da colônia. O advento das minas foi o que fez com que Portugal colocasse um pouco mais de ordem na colônia. O autor discute a colonização portuguesa sempre a comparando com a espanhola. Mesmo sendo mais liberais que os espanhóis, Portugal mantinha firme o pacto colonial, proibindo a produção de manufaturas na colônia. Também fala do desleixo português na construção das cidades.

Assim, em referências aos portugueses, diz o autor:




“A rotina e não a razão abstrata foi o princípio que norteou os portugueses (...) Preferiam agir por experiências sucessivas, nem sempre coordenadas umas às outras, a traçar de antemão um plano para segui-lo até o fim. Raros os estabelecimentos fundados por eles que não tenham mudado uma, duas ou mais vezes de sítio (...) Na própria Bahia, o maior centro urbano da colônia, um viajante do Século XVIII notava que as casas se achavam dispostas segundo o capricho dos moradores. Tudo ali era irregular, de modo que a praça principal, onde se erguia o Palácio dos Vice-Reis, parecia estar só por acaso no seu lugar. (...) uma colina escarpada cheia de tantas quebras e ladeiras.”





Com referência aos espanhóis, diz o autor:

(...) “já à primeira vista, o próprio traçado dos centros urbanos na América Espanhola denuncia o esforço determinado de vencer e retificar a fantasia caprichosa da paisagem agreste: é um ato definido da vontade humana. As ruas não se deixam modelar pela sinuosidade e pelas asperezas do solo; impõem-lhes antes o acento voluntário da linha reta. O plano regular não nasce, aqui, nem ao menos de uma idéia religiosa, como a que inspirou a construção das cidades do Lácio e mais tarde a das colônias romanas, de acordo com o ritual etrusco; foi simplesmente um triunfo da aspiração de ordenar e dominar o mundo conquistado. O traço retilíneo, em que se exprime a direção da vontade a um fim previsto e eleito, manifesta bem essa deliberação. E não é por acaso que ele impera decididamente em todas essas cidades espanholas, as primeiras cidades abstratas que edificaram os europeus em nosso continente.” (Holanda; 1982, p. 62)




Portugal tinha uma maior flexibilidade social, e havia um desejo da sua burguesia em se tornar parte da nobreza. Não havia tradição em Portugal, todos queriam ser nobres. Nasce a "Nova Nobreza", que era muito mais preocupada com as aparências do que com a tradição. Fala um pouco da história política de Portugal vinculada à vontade que a maior parte da população tinha em se tornar nobre, e tal desejo pode ser facilmente constatado no Brasil, mostrando que o papel da Igreja aqui era o de "simples braço de poder secular, em um departamento da administração leiga". Fala da aversão às virtudes econômicas, principalmente do comércio. E por fim da natureza e da arte coloniais.

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