quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não é parlamentar. É para lamentar.


Aplausos deste blogueiro ao Bispo Manuel Edimilson da Cruz!


Em protesto contra o reajuste nos salários dos parlamentares, o bispo Manuel Edimilson da Cruz recusou a comenda "Direitos Humanos Dom Helder Câmara" oferecida pelo Senado ao religioso e autoridades que se destacaram em favor dos direitos humanos. Dom Manuel, bispo de Limoeiro (CE), recusou a homenagem em discurso no plenário da Casa, num discurso com ataques ao Legislativo.



"Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la", afirmou.


A atitude do bispo surpreendeu os senadores. Num ataque ao Congresso, o bispo disse que o aumento dos parlamentares deveria ter seguido o reajuste do salário mínimo -- por isso se transformou em um "atentado" aos direitos humanos dos brasileiros.


"A honrosa comenda dos 'pais da pátria', como diriam os romanos, faz-me refletir. Precatórios que se arrastam por décadas, aposentados, idosos com as suas aposentadorias reduzidas, salários mínimos que crescem em ritmo de lesmas", criticou.


Dom Manuel disse que chegou a cogitar não comparecer ao Congresso para recusar a comenda, mas disse que mudou de ideia porque o "verdadeiro Legislativo" merece respeito.

"O povo brasileiro, hoje de concidadãos e concidadãs, ainda os considera parlamentares? Graças ao bom Deus, há exceções decerto em tudo isso. Mas excetuadas estas, a justiça, a verdade, o pundonor, a dignidade e a altivez do povo brasileiro já tem formado o seu conceito.

Quem assim procedeu não é parlamentar. É para lamentar."

Como muitos senadores já anteciparam o recesso parlamentar que tem início na quinta-feira, o plenário estava vazio no momento do discurso do bispo -- com poucos congressistas presentes. O religioso chegou a receber a comenda, no início da sessão plenária, mas recusou a homenagem durante seu discurso.


O senador José Nery (PSOL-PA), que presidia a sessão no momento do protesto do bispo, disse que o Congresso deveria refletir sobre o reajuste após o protesto do bispo. "Entendemos o gesto, o grito, a exigência de dom Edmilson da Cruz. Exige que o Congresso Nacional reavalie a decisão que tomou em relação ao salário de seus parlamentares", afirmou.

REAJUSTE
 
Os congressistas aprovaram em votações-relâmpago o projeto que aumenta os salários dos próprios deputados e senadores, do presidente, do vice e dos ministros de Estado para R$ 26,7 mil. O aumento valerá a partir de fevereiro de 2011.
O novo valor é o mesmo dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que serve como teto do funcionalismo público. Hoje, deputados e senadores ganham R$ 16,5 mil (reajuste de 61,8%), o presidente da República, R$ 11,4 mil (133,9%), e o vice e os ministros, R$ 10,7 mil (148,6%).
Antiga aspiração de congressistas, a equiparação salarial aos vencimentos dos ministros do STF causará um efeito cascata em Assembleias e Câmaras Municipais que, somado ao gasto extra no Congresso, alcançará pelo menos R$ 1,8 bilhão ao ano.


O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que se tornou conhecido nacionalmente quando afirmou que “se lixava para a opinião pública”, fará parte como suplente da nova Mesa Diretora. Ele foi eleito em 01 de fevereiro de 2011 ao receber o apoio de 395 deputados, 20 votos a mais, inclusive, que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), reconduzido ao cargo.




Sérgio Moraes terá como atribuição substituir nas ausências o novo quarto-secretário, Júlio Delgado (PSB-MG). Entre as principais tarefas da Quarta Secretaria, estão a distribuição e a manutenção dos apartamentos funcionais da Câmara e a concessão do auxílio-moradia para os parlamentares que não moram nos imóveis da Casa.

Sua Excelência Dep. Federal Sérgio "lixa" Moraes (PTB-RS)


Esta é a segunda vez nos últimos quatro meses que Sérgio Morais demonstra ser bom de voto depois da polêmica declaração. Em outubro, ele foi reeleito para o segundo mandato consecutivo na Câmara com 97,7 mil votos.

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