domingo, 27 de março de 2011

Moedas do Brasil - do Cruzeiro ao Real

 Sem festas, o Plano Real completou 17 anos de vida. Em 1º de março de 1994 iniciou-se a implantação do Plano Real, então vestido de Unidade Real de Valor (URV).

Com correção diária durante quatro meses, cada URV passou a valer um dólar, que, no dia 1º de julho, foi convertido em real. Um por um.

O plano real conseguiu transformar uma inflação de 3% ao dia em inflação de 3% ao ano!

Mesmo com choques internos e externos, em todo o período, o real cumpriu sua missão e tornou possível o crescimento da economia com distribuição da renda. Até porque, os grandes ganhadores do Plano Real foram os maiores perdedores de antes dele: os 60% dos brasileiros sem banco, sem caderneta, sem salário em carteira, sem patrimônio imobiliário, até mesmo sem carro usado. 60% da população sem correção!

Sobrevivendo na corrosão de uma inflação indexada que acumulou, ponta a ponta, de 1964 a 1994, um IGP-DI de 1,1 quatrilhão por cento! Isto é, inflação de 16 dígitos em 30 anos.

Vejamos, então, um pouco das notas que circularam antes do Plano Real



1942 - Cruzeiro - Na primeira troca de moeda do Brasil, os réis são substituídos pelo cruzeiro durante o governo de Getúlio Vargas. Mil réis passam a valer 1 cruzeiro; é o primeiro corte de três zeros da história monetária do país. É aí que surge também o centavo.


1967 - Cruzeiro novo - O cruzeiro novo é criado para substituir o cruzeiro, que levou outro corte de três zeros. Mais uma vez, isso ocorre por causa da desvalorização da moeda. Para adaptar as antigas cédulas que estavam em circulação, o governo manda carimbá-las.

1970 - Cruzeiro - A moeda troca de nome e volta a se chamar cruzeiro. Dessa vez, porém, só muda o nome, mas não o valor. Ou seja, 1 cruzeiro novo vale 1 cruzeiro.


1986 - Cruzado - Por causa da inflação, que alcança 200% ao ano, o governo de José Sarney lança o cruzado. Mil cruzeiros passam a valer 1 cruzado em fevereiro deste ano. No fim do ano, os preços seriam congelados, assim como os salários dos brasileiros.

1989 - Cruzado novo - Por causa de inflação de 1000% ao ano, ocorre uma nova troca de moeda. O cruzado perde três zeros e vira cruzado novo. A mudança é decorrência de um plano econômico chamado Plano Verão, elaborado pelo então ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega.

1990 - Cruzeiro - O cruzado novo volta a se chamar cruzeiro, durante o governo de Fernando Collor de Mello. O mesmo plano econômico decreta o bloqueio das cadernetas de poupança e das contas correntes de todos os cidadãos brasileiros por 18 meses.

1993 - Cruzeiro real - No governo de Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, o cruzeiro sofre outro corte de três zeros e vira cruzeiro real. No fim do ano, o ministro cria um indexador único, a unidade real de valor (URV).

1994 - Real - Após uma inflação de 3700% em 11 meses de existência do cruzeiro real, entra em vigor a Unidade Real de Valor (URV). Em julho, a URV, equivalendo a 2750 cruzeiros reais, passa a valer 1 real.

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