quinta-feira, 1 de abril de 2010

Contribuição para o Fórum de TGA II

A Teoria da Contingência (TC) corresponde a um estudo integrado das teorias anteriores da administração (ADM). Ela é eclética, pois além de considerar contribuições das diversas teorias que lhe antecederam, consegue coordenar os princípios básicos da ADM: as tarefas, a estrutura, as pessoas, a tecnologia e o ambiente.


 
A abordagem contingencial aceitou premissas básicas de outras escolas, mas adaptou-as. Nela nada é absoluto ou universalmente aplicável. Tudo é composto de variáveis sejam situacionais, circunstanciais, ambientais, tecnológicas ou econômicas. A TC explica que não há nada de absoluto nos princípios gerais da administração. Os aspectos universais e normativos devem ser substituídos pelo ajuste entre cada organização, o seu ambiente e tecnologia.

 
A abordagem contingencial coloca o ambiente como fator relevante na estrutura e no comportamento das organizações. De um lado o ambiente oferece oportunidades e recursos, de outro impõe restrições e ameaças à organização. Notemos que a tecnologia é também uma variável importante para o ambiente, dela dependem oportunidades fora e dentro da organização. Cada organização requer sua própria estrutura organizacional dependendo das características de seu entorno e de sua tecnologia. Assim, para a TC, dois grandes desafios para as organizações modernas são o ambiente e a tecnologia.

 
Como acabo de expor, a TC coloca bastante ênfase no ambiente. A empresa é um sistema aberto que vivencia um processo de trocas permanentes com o seu ambiente. Isto faz com que tudo o que aconteça externamente tenha uma influência interna na organização. Em particular, a empresa pública é uma das que sofrem maior influencia do ambiente. Essas pressões se fazem sentir tanto na forma de pressão exercida pela opinião pública, sindicatos, entidades de classe, sociedades amigos de bairro, etc.; quanto por influências climáticas ou sazonais.

 
Como aplicar as formulações da administração por objetivos e a teoria da contingência na administração pública?

 
A reforma administrativa institucionalizada a partir de 1995 no Brasil estabeleceu o ponto de partida para as reformas administrativas em toda a Federação. Conforme podemos acompanhar detalhadamente em CORRÊA, I. M. Planejamento estratégico e gestão pública por resultados no processo de reforma administrativa do estado de Minas Gerais. RAP Rio de Janeiro 41(3): 487-504, Maio/Jun. 2007, foi a partir de então que pôde ser reformada a administração pública mineira.

 
Em Minas Gerais, o planejamento estratégico e a gestão pública por resultados tornaram-se aspectos marcantes do processo de implementação da reforma administrativa e da estratégia política. Correa (2007) mostra que são elementos necessários para a aplicação da administração por objetivos e a teoria da contingência na administração pública:

 
  • definição clara da visão, da missão e das metas do Estado.
  • integração entre planejamento e orçamento.
  • Implantação de um sistema de medição de desempenho organizacional.
  • Integração da sociedade civil e da classe política ao processo.

Quanto ao planejamento estratégico, naquela experiência, foi aplicado o método SWOT (strength, weakness, opportunity and threats). Nos slides, o professor chamou esta forma de planejamento estratégico de FF-OA. O método é aplicado pela análise dos pontos fortes, das fraquezas, das oportunidades e ameaças às quais a organização está submetida.

 

Fica, portanto, evidente que as repostas para as questões propostas neste fórum são todas positivas. É possível aplicar a administração por objetivo, a teoria da contingência na administração pública e implantar planos estratégicos. Ressalta-se, contudo, que esta não é uma tarefa fácil!

 

 

 

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