- O Brasil não é o único país do mundo, há outros também, mas somos um dos mais fortes fabricantes de um quadro social que leva, tolera e até incentiva a ser conivente com a corrupção - afirmou em Plenário, nesta terça-feira (17).
O senador afirmou que o Brasil não se acostumou ao rigor, ao que se chama de tolerância zero com a corrupção. Lembrou que a própria cultura do país valoriza a "tendência a fabricar corrupção":
- Nos orgulhamos do jeitinho, que em geral é uma pequena malandragem, que de certa maneira fogem às regras estabelecidas - disse Cristovam.
Para o representante candango, tão grave quando à impunidade dos grandes crimes denunciados na política é a tolerância com os pequenos crimes do dia a dia, como o funcionário que leva para casa material da repartição ou do menino que "cola" na prova.
Cristovam afirmou que também incentiva a corrupção a incapacidade da polícia e da Justiça de provar denúncias. E a incapacidade de, quando provadas essas denúncias, se proceder ao julgamento. O senador acrescentou que a desigualdade social incentiva pessoas a se comportarem incorretamente.
Uma das grandes causas de favorecimento à corrupção no Brasil, para Cristovam, é o financiamento privado das campanhas políticas. Para ele, este é um instrumento que "induz, facilita, provoca e quase obriga à corrupção". Ele criticou também o que chamou de "promiscuidade" de agentes públicos, citando o caso do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que usou avião de empresa particular que tem interesses em assuntos de sua pasta.
A ausência de ideologia dos partidos políticos, para o parlamentar, é outro fator que facilita a corrupção no Brasil. Criticou ainda o que chamou de "corrupção nas prioridades", como o redirecionamento de recursos públicos "de uma coisa útil para uma coisa inútil". O senador foi aparteado pelo colega Ataídes de Oliveira (PSDB-TO).
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