quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Gestão da Qualidade Total

Atividade



1) Reflita sobre o que significa “japonesar” as classes trabalhadoras e a produção massificada de subjetividades.


2) Pesquise, em empresas e na Prefeitura Municipal da cidade em que você reside, se existe terceirização e indague dos diretores as vantagens de terceirizar mão-de-obra, arrolando as justificativas.


3) Pesquise sobre Gestão da Qualidade Total (TQM, do inglês Total Quality Management), princípios e evolução histórica.



1) A aplicação do Sistema Toyota de Produção é facilitada por diversas características da cultura japonesa, por exemplo:

• O combate ao desperdício é um hábito dos habitantes do Japão em função da escassez de recursos naturais;

• O trabalho em grupo encontra-se enraizado sem seus valores desde tempos imemoriais.

• Valores, tais como, benevolência, adequação, sabedoria e obediência são princípios básicos do confucionismo.

• Prevalência do coletivo sobre o individual; as ações e comportamento são julgados pelo que podem representar ao grupo.

• Consenso no processo decisório: as decisões se baseiam mais no consenso do que na autoridade gerencial.



Assim sendo, japonesar as classes trabalhadoras corresponde a incutir nos operários ocidentais os valores acima. Especificamente, japonesar é a padronizar o comportamento do operário e a valorizar do coletivo em detrimento dos interesses individuais.

No Japão, desde a antiguidade, existem relações de interdependência entre as famílias. Tal fato decorre, dentre outros, da escassez de recursos naturais, dos processos de plantio e colheita. Uma só família não era capaz de efetuar as tarefas e garantir sua subsistência. Por isso, elas eram forçadas a se associar e compartilhar tarefas e recursos para sobreviverem. Deste modo, a massificação das subjetividades corresponde a homogeneizar os indivíduos da mesma forma que ocorreu historicamente com a população trabalhadora japonesa.

2) A realização de atividades organizacionais por pessoas jurídicas distintas da organização é, usualmente, definida como terceirização. Em outras palavras, transferir a terceiros a execução de tarefas cuja relação custo/benefício não seja vantajosa. O motivo para esta transferência pode ser financeiro, de qualidade ou mesmo de especialidade.

A terceirização de serviços nas organizações tornou-se uma tendência mundial que atinge igualmente as empresas privadas e as administrações públicas. Terceiriza-se segurança, limpeza, transporte de funcionários, logística, a escrituração contábil e fiscal, o departamento de pessoal, a auditoria interna, a guarda dos documentos, etc. O objetivo é que qualquer serviço que não esteja diretamente ligado à atividade principal da empresa seja repassado a terceiros.

A terceirização pode ser aplicada em todas as áreas da organização, definidas como "atividade-meio", ou seja, aquelas em que não há participação direta dos empregados terceirizados na formação do produto ou serviço final. Como exemplos: terceirização da segurança (em empresas cujo objeto social não seja serviços de segurança), contabilidade (exceto para organizações contábeis) e limpeza.

Para identificar as áreas que podem ser terceirizadas deve-se analisar criteriosamente o contrato social das empresas e definir claramente sua atividade-fim. É ilegal a terceirização ligada diretamente ao produto ou serviço final, ou seja, a atividade-fim. Excetuando-se a atividade-fim, todas as demais podem ser legalmente terceirizadas. A atividade-fim é aquela constante no contrato social da empresa pela qual foi organizada. As demais funções que nada têm em comum com a atividade-fim são caracterizadas como acessórias, ou de suporte à atividade principal, e podem ser terceirizadas.



No caso da administração pública, a definição de qual é sua atividade principal é bastante mais difícil e, conseqüentemente, são comuns as ações nos tribunais. Como exemplo podemos indicar duas batalhas jurídicas entre a Prefeitura de São José dos Campos e os sindicatos. A primeira é a terceirização do Hospital Municipal e a segunda é terceirização do Parque Tecnológico de São José dos Campos.



Este tipo de modalidade de contratação de serviços é vantajoso, pois permite:

• Reduzir os custos associados a encargos sociais, salários, treinamento de equipes de manutenção.

• Liberar espaço físico dentro da organização.

• Evitar a aquisição de equipamentos, etc.





Por outro lado, a terceirização traz alguns riscos para a organização. Por exemplo:

• A rotatividade de funcionários. Empregados cujas funções são terceirizadas podem perder os empregos enquanto outros são criados na empresa terceirizada.

• Problemas com a justiça trabalhista. Os sindicatos e as empresas acabam se enfrentando na Justiça do Trabalho devido à existência de “buracos” nas leis, principalmente no que tange a atividade-fim de uma organização e vínculo empregatício dos funcionários.

• Disponibilidade de empresas prestadoras de serviço (terceirizadas) que tenham o mesmo padrão de qualidade que a organização que as contrata.

3) Total Quality Management (TQM) é, normalmente, compreendida a partir dos olhos de alguns gurus. Garvin, um destes gurus, fez uma análise da evolução do controle de qualidade através de eras que apresento a seguir.

Era da Inspeção: Apesar de, já no início do século XX, G.S. Radford ter introduzido, em seu livro “The Control of Quality in Manufacturing”, o inspetor de qualidade, ainda não havia uma análise crítica das causas dos defeitos.

Era do Controle Estatístico da Qualidade: Com a 2ª guerra mundial, houve a necessidade de combate à ineficiência e a impraticabilidade da inspeção da produção em massa de armamentos e munições. Surgiu, assim, a inspeção por amostragem.

Era da Garantia da Qualidade: Entre 1950 e 1960, nos Estados Unidos, em plena força da Escola dos Recursos Humanos, novos conceitos, habilidades e técnicas gerenciais são introduzidos. Salientam-se quatro movimentos: Quantificação dos custos da qualidade; Controle total da qualidade (iniciado nos EUA e desenvolvido no Japão); Técnicas de confiabilidade e Programa zero-defeitos. Em 1956, Feigenbaum definiu TQC (total quality control = controle total da qualidade). Seu trabalho iniciou o processo de padronização da qualidade a nível mundial.

Era da Gestão da Qualidade Total: Esta era tem início com a invasão de produtos japoneses no mercado americano nos anos 1980. A normatização da qualidade total é controlada pela International Organization for Standartization (ISO) que foi fundada em 1987 e tem sede em Genebra.

TQM é um conjunto de práticas administrativas que se originaram no Japão na década de 1950. Desde os anos 1980, TQM vem se popularizando no ocidente. Estas práticas envolvem a organização como um todo e visam garantir que os produtos e/ou serviços satisfaçam ou superem as expectativas dos consumidores. TQM apóia-se pesadamente sobre os processos de mensuração e controle como forma de alcançar resultados.

Como forma de cultura empresarial, TQM exige qualidade em todos os aspectos e operações da organização. As coisas devem ser feitas corretamente da primeira vez e os defeitos e desperdícios erradicados das operações. Este aspecto cultural constitui o maior obstáculo à implementação da TQM no ocidente. TQM é orientada à satisfação do consumidor, que é considerada a mais alta prioridade da empresa. Uma empresa que é gerida segundo os princípios de TQM é sensível às exigências do consumidor e responde rapidamente a todas elas. TQM não se preocupa somente com o consumidor final. É importante notar que a qualidade total deve permear toda a empresa, sendo que um departamento da companhia é considerado como consumidor (interno) para certas funções e fornecedor para outras. Por exemplo, o departamento de engenharia é fornecedor (interno) para o departamento de manutenção e, por sua vez, é consumidor (interno) do departamento de compras.

TQM entende que um produto de qualidade é o resultado de um processo de qualidade. Assim, deve-se buscar uma melhora continua nos processos da companhia. Isto implica que todas as atividades devem ser monitoradas como forma de busca por oportunidades de melhora.



Bibliografia

http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0210.pdf, visitado em 21-09-2009.

1 comentário: